segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Jornalista que denunciava políticos é morto a tiros em município do Rio


O jornalista Pedro Palma, 47 anos, foi assassinado ontem na porta de casa, no município de Miguel Pereira,  centro-sul fluminense, com três tiros.  Ele era dono do jornal de circulação semanal Panorama Regional. A polícia informou que todas as linhas de investigação estão sendo analisadas e os parentes da vítima serão chamados para serem ouvidos na delegacia.

De acordo com a Polícia Civil, Palma chegava à sua casa por volta das 20 horas,  na localidade de Portela, quando foi abordado por dois homens armados e vestidos de capacete, em uma moto. A vítima foi atingida por três tiros e morreu no local. A perícia da cena do crime já foi feita e o corpo de Pedro foi encaminhado para o Instituto Médico-Legal de Barra do Piraí para ser necropsiado.Moradores da cidade estão com medo de falar sobre o assunto. Um comerciante local, que não quis se identificar, disse que há suspeitas de crime político, pois o jornalista denunciava irregularidades cometidas por homens públicos da região. “Aqui é uma cidade pequena, todo mundo se conhece, acho difícil você conseguir que alguém fale sobre isso”, comentou o comerciante.
As investigações estão em andamento na 96ª Delegacia de Polícia, em Miguel Pereira, que instaurou inquérito policial para apurar o homicídio. O velório será feito no Miguel Pereira Atlético Clube no fim da tarde de hoje.
O jornal Panorama Regional era distribuído há 18 anos nas cidades de Miguel Pereira, Paty do Alferes, Barra do Piraí, Engenheiro Paulo de Frontin,  Valença, Mendes, Paraíba do Sul, Piraí e Vassouras. A região tem, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 500 mil habitantes.


fonte: Agencia Brasil.

Barbosa presta solidariedade ao jogador Tinga por insultos racistas


 presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, enviou um telegrama ao jogador de futebol Tinga, do Cruzeiro, para prestar solidariedade contra atos racistas praticados pela torcida do time peruano Real Garcilaso, durante partida da Copa Libertadores, na quarta-feira (12).  correspondência enviada ao jogador, Barbosa presta “total solidariedade pelos odiosos atos de racismo”, ocorridos durante o jogo. Sempre que Tinga tocava na bola, a torcida peruana fazia sons imitando macaco.
       

A presidenta Dilma Rousseff se pronunciou sobre os fatos. “Foi lamentável o episódio
de racismo contra o jogador Tinga, do Cruzeiro, no jogo de ontem, no Peru. Por isso, hoje o Brasil inteiro está #FechadoComOTinga", escreveu a presidenta em sua conta no Twitter. 
O presidente peruano, Ollanta Humala, também criticou o episódio. "Manifestações como as de ontem em uma partida de futebol devem gerar indignação e impulsionar nossa luta contra todo tipo de discriminação", disse ele, por meio do perfil no Twitter.
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, cobrou do presidente da  Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), Eugenio Figueredo Aguerra, providências contra o racismo. A Conmebol informou que considera a situação inaceitável e julgará o caso e possíveis sanções.




fonte: EBC

domingo, 16 de fevereiro de 2014


Cariocas apoiam protestos, mas

reprovam vandalismo, diz Datafolha


56% dos moradores do Rio aprovam as manifestações, segundo pesquisa.
Estudo foi feito 4 dias após morte de cinegrafista atingido por rojão.


A maioria dos cariocas apoia os protestos de rua, mas reprova os ativistas que fazem vandalismo e usam máscaras, segundo pesquisa Datafolha, divulgada pela "Folha de S.Paulo".
De acordo com o levantamento, 56% dos moradores do Rio aprovam as manifestações; 40% são contrários e 4% são indiferentes ou não responderam. Esse foi o menor índice de apoio a protestos medido pelo instituto Datafolha. Foram ouvidos 645 moradores do Rio com 16 anos ou mais, e a margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.

Do total de entrevistados, 95% disseram ser contrários ao vandalismo. A pergunta incluiu a ação dos "black blocs". A maioria (90%) respondeu que reprova manifestantes que usam máscaras - 1% defende que ativistas sejam autorizados a portar fogos de artifício ou porretes nas ruas.
A pesquisa, segundo o jornal, foi concluída na sexta-feira (14), quatro dias após a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade. Ele foi atingido por um rojão enquanto gravava a manifestação contra o reajuste das passagens de ônibus no Rio de Janeiro.
Partidos e polícia
Questionados sobre a possível participação de partidos nos protestos, 84% disseram acreditar nisso. As siglas mais citadas foram PSOL (7%), PT (7%) e PSTU (5%).
A atuação da polícia nos protestos é mal avaliada: 8% dos cariocas disseram que consideram o trabalho "eficiente"; 49%, "pouco eficiente" e 40%, "nada eficiente". A maioria defende que a polícia não use balas de borracha (68%); bombas de efeito moral (59%) ou gás lacrimogêneo (66%). A maioria (71%) aprova uso de jatos d'água.

fonte: globo.com

Caetano Veloso,Freixo outra vez.

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Gosto de Freixo não porque ele é do PSOL. Acho que gosto um tanto do PSOL por ele abrigar Freixo. Sou independente, conforme se vê. Ser estrela é bem fácil. Nada importam as piadas dos articulistas reacionários que classificam minhas posições como Radical Chic. Desprezo a tirada de Tom Wolfe desde o nascedouro. Antigamente tentavam me incluir na chamada esquerda festiva. Isso sim, embora incorreto, me agradava: a expressão brasileira é muito mais alegre, aberta e democrática do que a de Wolfe. Mas tenho vivido para desmontar o esquema que exige adesão automática às ideologias da moda. Deploro o resultado das revoluções comunistas. Todas. E, considerando o Terror que se seguiu a 1789, sou cético quanto a revoluções em geral. Na maioria das vezes, a violência se dá, não para fazer a história humana caminhar, mas para estancar seu fluxo. Olho com desconfiança os moços que entram em transe narcisista ao quebrar vidros crendo que desfazem a trama dos poderes. Ainda hoje não consigo adotar a posição que considera Eduardo Gianetti, um liberal crítico, ou André Lara Rezende, o homem que põe em discussão o crescimento permanente, conservadores. Nem acho que o conservadorismo seja necessariamente um mal. A adesão de alguns colegas meus à nova direita me deixa nauseado, não por ser à direita, mas por ser automática.
Simplesmente me pergunto qual exatamente será a intenção do GLOBO ao estampar manchetes e editoriais induzindo seus leitores a ligarem Marcelo Freixo aos rapazes que lançaram o rojão que matou Santiago Andrade. A matéria publicada no dia em que saiu a chamada de capa com o nome do deputado era uma não notícia. Nela, a mãe de Fábio Raposo, o rapaz que entregou o foguete a Caio Souza, é citada dizendo acreditar que o filho “tem algum tipo de ligação com Freixo”. Isso em resposta a uma possível declaração do advogado Jonas Tadeu Nunes, que, por sua vez, partiu de uma suposta fala da ativista apelidada Sininho. O GLOBO diz que esta nega. Como então virou manchete a revelação da possível ligação entre o deputado e os rapazes envolvidos no trágico episódio? Eu esperaria mais seriedade no trato de assunto tão grave.
Li o artigo do grande Jânio de Freitas em que ele defende a tese de intenção deliberada de assassinar um jornalista, o que está em desacordo com as imagens exibidas na GloboNews. Sem falar na entrevista do fotógrafo, que afirma que o detonador do artefato tinha mirado os policiais. Claro que me lembrei, ao ver a primeira reportagem na GloboNews, dos carros de emissoras de TV incendiados durante as manifestações, o que me levou a participar da indignação dos âncoras do noticioso. Um vínculo simbólico entre aquelas demonstrações de antipatia e o ocorrido em frente à Central é óbvio: um rojão sai das mãos de um manifestante e atinge a cabeça de um jornalista. Mas parece-me abusivo ver nisso o propósito de matar o repórter. Nas matérias que se seguiram, O GLOBO, ecoando falas do advogado Jonas Tadeu, que diz não ser pago por ninguém para defender os dois réus mas conta que um deles diz receber dinheiro para ir às manifestações, insiste em lançar suspeita sobre Freixo, por ser o PSOL, seu partido, um possível doador do alegado dinheiro. Na verdade, as declarações do advogado, mesmo nas páginas do GLOBO, soam inconvincentes. O mesmo Jânio de Freitas, em artigo posterior àquele em que defende a tese de assassinato deliberado, se mostra desconfortável com o comportamento de Jonas Tadeu. Já O GLOBO, no qual detecto uma sinistra euforia por poder atacar um político que aparentemente ameaça interesses não explicitados, trata as falas de Tadeu sem crítica. Uma das manchetes se refere a vereadores do PSOL que teriam contribuído para uma ação na Cinelândia, na véspera de Natal, sugerindo ligação do partido com vândalos, quando se tratava de caridade com moradores de rua. O tom usado no GLOBO é, para mim, de profundo desrespeito pela morte de Santiago.
Freixo, em fala firme ao jornal, desmente qualquer ligação com os dois rapazes. Ele também lembra (assim como faz Jânio) que Jonas Tadeu representou o miliciano Natalino.
Quando Freixo era candidato a prefeito, escrevi artigo elogioso sobre ele. O jornal fez uma chamada de capa que, a meu ver, desqualificava meu texto. Manifestei minha indignação. A pessoa do jornal que dialogava comigo me assegurou não ter havido pressão dos chefes. Acreditei. Agora não posso deixar de me sentir mal ao ver a agressividade do jornal contra o deputado. Tudo — incluindo os artigos de autores por quem tenho respeito e carinho — me é grandemente estranho e faço absoluta questão de dividir essa estranheza com quem me lê.





fonte: oglobo