terça-feira, 7 de maio de 2013


“Quem depositar animais em encruzilhadas deve ser preso”, afirma vereador



Após os protestos dos membros de religiões de matrizes africanas na Câmara Municipal de Salvador, na tarde desta segunda-feira (6), o vereador Marcell Moraes (PV), autor do projeto para a criminalização dos sacrifícios de animais, tentou explicar a proposta do PL. Em entrevista ao programa Se Liga Bocão, da rádio Itapoan FM, o edil afirma que as pessoas que forem vistas depositando animais “não comestíveis” em encruzilhadas devem ser presas.

“A punição para estas pessoas deve ser a repreensão, enquadradas no crime de maus tratos a animais e devem ser presos”. Moraes tentou explicar que o projeto não proíbe a matança dos animais e sim considera crime quando animais mortos sem fins “comestíveis” sejam depositados nas ruas, não considerando aqueles ofertados à comunidade. O vereador ainda alega que em nenhum momento faz referência ao candomblé em seu projeto. “É uma mobilização política contra mim e estão distorcendo a minha proposta. Ninguém do candomblé me procurou para conversamos e debatermos o projeto”.

Mas o presidente da Associação Cultural do Patrimônio Bantu (Acbantu), Raimundo Konmannanjy, garante que o projeto é racista e tem sim como alvo o candomblé. “O candomblé foi colocado covardemente nas entrelinhas deste projeto, incitando à intolerância religiosa e causando violência contra o povo de terreiro”. O babalorixá explica que não existe maus tratos aos animais. “Não maltratamos os animais, pois não os sacrificamos e sim os oferecemos. Não há violência contra os animais e nem contra a natureza. Deixamos aqui o apelo à Câmara Municipal para que analisem com bom senso e sensibilidade como os ancestrais que tanto contribuíram para essa terra chamada Brasil”.

Assim como outros vereadores contrários à proposta do verde, Hilton Coelho (PSOL), também acredita que o projeto incita ao preconceito contra as religiões africanas. “A repercussão do projeto é ruim, pois reforça mais ainda o preconceito que já existe com essas religiões, insulflando a violência e a intolerância religiosa”.

Marcell Moraes, que entrou por diversas vezes em contradição durante a entrevista e que não compareceu à sessão ordinária transformada em especial na tarde de hoje (6), não informou como será a fiscalização dos “crimes” nas ruas de Salvador. 
fonte: bocal news

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